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Textos_Religiosos-->O HOMEM DE MÃO ATROFIADA -- 09/10/2006 - 14:53 (ANTONIO LUIZ MACÊDO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O HOMEM DE MÃO ATROFIADA
Antonio Luiz Macêdo

Antes de entrarmos diretamente no texto, faz-se necessária a explicação do que representava o sábado para o povo de Israel.
Começando pelo livro do Gênesis, no seu capítulo dois, versículos dois e três:"Deus concluiu no sétimo dia a obra que fizera e no sétimo dia descansou. Deus abençoou o sétimo dia e o santificou, pois nele descansou depois de toda a sua obra de criação".
A Bíblia de Jerusalém em uma nota de rodapé, inicia informando que "o sábado(shabbat) é uma instituição divina: o próprio Deus descansou nesse dia".
A guarda, a observância, o mandamento do sábado representava, e ainda representa para o povo judeu, e algumas religiões que seguem de forma mais amiúde o Antigo Testamento, uma ordem expressa para ser cumprida sem restrições. Vejamos algumas passagens bíblicas referentes ao assunto.
1. Ex 20,8-10 - Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo. Trabalharás durante seis dias e farás toda a tua obra. O sétimo dia, porém, é o sábado de Iahweh teu Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu nem teu filho, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu animal, nem o estrangeiro que está em tuas portas.
2. Ex 34,21 - Seis dias trabalharás; mas no sétimo dia descansarás, quer na aradura quer na colheita.
3. Ex 35,3 - No dia de sábado não acendereis fogo em nenhuma de vossas casas.
4. Ex 31,14 - Observareis, pois, o sábado, porque é uma coisa santa para vós. Quem o profanar será castigado com a morte. Todo o que realizar nele algum trabalho será retirado do meio do povo.
5. Nm 15,32-35 - Enquanto os filhos de Israel estavam no deserto, um homem foi surpreendido apanhando lenha no dia de sábado. Iahweh disse a Moisés:"Tal homem deve ser morto. Toda a comunidade o apedrejará fora do acampamento.
É dentro deste contexto que o texto referido acima começa afirmando:"Jesus entrou de novo na sinagoga e estava ali um homem com uma das mãos atrofiadas. E o observavam para ver se o curaria no sábado para o acusarem".
O que eles não sabiam é que onde a dor, as lágrimas, a limitação humana com todas as suas conseqüências estivessem presentes, aí estaria Jesus para minimizar toda a carga de sofrimento dos pobres e marginalizados, dos oprimidos e excluídos, numa sociedade essenxialmente pagã.
O dia era sábado. Aos olhos de Jesus, porém, havia algo muito mais importante do que a observância do preceito.. Naquela sinagoga havia um homem necessitado de cura. Um ser humano, imagem e semelhança de Deus, criado por Amor e para amar que estava acima de qualquer preceito, estava acima de qualquer observância, só não estava acima do mandamento do Amor e da Misericórdia.
Enfrentando tantos quantos o observavam, Jesus disse ao homem de mão atrofiada:"Levanta-te e vem aqui para o meio".
Os olhos dos escribas, fariseus, anciãos, doutores da Lei, fixaram-se em Jesus. Pensamentos os mais diversos e as maais diversas indagações tomavam conta dos seus corações endurecidos e legalistas. E cochichavam entre si:"Por que ele mandou que o maneta levantasse? Para que ficar bem aqui no meio de nós? O que este galileu está pensando fazer? Ele esqueceu que é judeu como nós e como nós é obrigado a cumprir toda a Lei?"
Jesus bem sabia o que se passava dentro deles! Eram verdadeiros sepulcros caiados e hipócritas de primeira linha.
Aproveitando o momento de pasmo e impacto, momento propício para deixá-los mais irrequietos, indecisos e confusos, pergunta-lhes:"É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matar?"
Não sabiam o que responder. Arraigados à Lei como estavam, vivendo mais da sua exteriorização do que da sua essência,, eram incapazes de compreender e muito menos aceitar, o que estava por trás do gesto e das interrogações de Jesus. Por certo já haviam esquecido o que ele lhes falara nos dois últimos vrsículos do capítulo anterior do mesmo Evangelho:"O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado; de modo que o Filho do Homem é Senhor até do sábado".
O silêncio foi a resposta. O Evangelista expressa esta atitude dizendo:"Eles, porém, se calavam". Imagino que diante desse silêncio de protesto e de repulsa, Jesus lhes pergunta outra vez, num tom de voz mais alto e mais forte, forçando-lhes a ouvir palavra por palavra, a fim de sensibilizar os seus corações petrificados:"É permitido no sábado fazer o bem ou o mal? Salvar a vida ou matar?" Continuaram mudos. "Repassando então sobre eles um olhar de indignação, e entristecido pela dureza do coração deles, Jesus disse ao homem: Estende tua mão! . Ele a estendeu e sua mão estava curada."
Homens e mulheres deste milênio parecem carregar dentro do peito um coração atrofiado pelo egocentrismo; caminham pela vida conduzindo marcas de vaidade das práticas de cultos exteriorizados; transportam dentro da alma carcomida de legalismos, observâncias e preceitos padronizados, irreversíveis, em detrimento do ser humano que sofre e chora pela limitação física, psíquica ou emocional, que o aprisiona e acorrenta.
O mais importante de tudo isso é que aquele homem não era surdo e você também não é. Jesus está olhando agora para você e repetindo o que ele ordenou ao homem de mão atrofiada:"Levanta-te! Levanta-te!..." Agora sou eu quem te diz:"Sai do teu comodismo; descruza os braços; tem coragem; fica de pé; levanta-te!..." Não espere mudar de vida para ir até Jesus; vá até Jesus e ele mudará a sua vida. E quando você estiver bem próximo, bem próxima dele, certamente ouvirá estas palavras:"Dá-me o teu coração!" Se você o entregar sem restrições e sem resistências, ele haverá de transfigurá-lo. É promessa de Deus:"Removerei do seu corpo o coração de pedra e dar-lhe-ei um coração de carne". São palavras e gestos que curam o corpo, a alma e o coração.

(Mc 3,1-5)
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